Deus, por ser fonte do amor, nos ama desde sempre e de forma incondicional, como também espera por nosso amor de reciprocidade. É um Deus transcendente, mas ao mesmo tempo humano, próximo, apaixonado e comprometido com a nossa história. Deus quer que todos tenham uma vida digna, justa, “em abundância” (Jo 10.10).

O existir, o querer e o amar de Deus é tão pleno, perfeito e infinito que se transforma na existência de um só Deus presente nas três Pessoas divinas. Esta é a verdade-fundamento do cristianismo e de nossa fé. No coração da Trindade santa, a Igreja encontra a fonte-origem de sua vocação para existir e viver na comunhão de vida com Deus e como irmãos. Toda Bíblia, dogmas e doutrina cristã, como nossa própria vida e toda criação, têm sua origem e compreensão maior na vida do Deus Trindade, a Família do amor eterno.

O Criador dos céus e da terra é, ao mesmo tempo, um Deus próximo e comprometido com o ser humano. O AT o apresenta com o nome de Javé, o Emanuel, o Deus conosco. Jesus O dá a conhecer como o Deus Pai, o nosso Abbá, o papai de todos.

O caminho para fazermos nossa experiência de encontro pessoal este Deus é buscar pautar nossa vida com a sua Palavra revelada e, particularmente, vivermos na intimidade da amizade com Jesus, seu Filho amado. “Felipe disse a Jesus. ‘Mostra-nos o Pai e isto nos basta.’ Responde Jesus. ‘Há tanto tempo que Eu estou com vocês e me perguntas, mostra-me o Pai! Não sabes que quem me vê, vê também o Pai'” (Jo 14,8s).

A Igreja nos ensina que além da Palavra revelada e da Pessoa de Jesus poderemos fazer também nossa experiência de encontro com Deus através de sua obra criada, no intimo de nosso coração, no amor fraterno, como através da própria experiência de nossos limites, fraquezas e pecados. É o Deus que nos ama além de nossos méritos ou pecados. É o Deus que apenas espera por uma reciprocidade de nossa parte.

Durante a quaresma, a caminho da celebração da Páscoa do Senhor, a Igreja nos conclama a refletir sobre a oferta do amor sem limites de Deus. Somos interpelados a vivenciar a maior história de amor que a humanidade já conheceu. A história de um Deus que ofereceu o seu único Filho amado, sacrificado na cruz, para restituir a nossa filiação divina, perdida como consequência de nossos pecados.

Resta-nos dar a resposta diante da pergunta que Jesus fez para os seus discípulos e que a faz para cada um de nós hoje: “O que dizem de mim por aí… e para vocês, Quem sou Eu?”, (Mt 16,13s). A celebração da Páscoa do Senhor pode e deve ser compreendida como oportunidade especial para fazermos uma real experiência de encontro com Jesus.

Respondeu Pedro por nós: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
Mas hoje, qual é a minha, a tua, a nossa resposta?

Padre Evaristo Debiasi
Assistente Eclesiástico Nacional

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